sábado, 26 de abril de 2008

CONTEUDO DO TREINO II

A Animação Ofensiva do Sistema de Jogo

Referência estática = Organização de jogo - posse de bola - cooordenação de acções ofensivas para marcar um golo. 3 fases da acção Ofensiva:

Conservação colectiva da bola/Oposição à progressão da bola

Desequilibrio colectivo ou individual/Recuperação da bola

Finalização/Protecção da baliza

  • O Ataque colocado
  • - O que fazer para que o colectivo conserve a bola:

Aumentar as possibilidades de trocas de bola, isto é passes eficazes

Ocupação do terreno em largura e em profundidade;

Deslocamentos (desmarcações) entre dois adversários em espaços livres;

Circulação da bola com segurança.

- O que fazer para desequilibrar a defesa adversária:

Criar e utilizar espaços livres: fixa-se a defesa em uma zona lateral e faz-se de imediato a inversão do jogo;



terça-feira, 8 de abril de 2008

O CONTEÚDO DO TREINO

PREPARAÇÃO PARA A TÁCTICA COLECTIVA

A Táctica em futebol é um plano de acções ofensivas e defensivas com o objectivo de vencer o adversário, dominando-o, respeitando as regras de jogo. Só podemos realizar um plano táctico tendo uma base táctica com participação importante das seguintes capacidades: cognitivas, habilidades técnicas, aptidões físicas, e de modo geral das qualidades psicológicas do jogador.

São 3 os grandes problemas tácticos em futebol: conservação/oposição

Desiquilibrio/Recuperação

Finalização/Protecção

Cada problema de jogo resolve-se mais ou menos rápidamente em função de um estado da relação de Oposição-Colaboração; são três os estados desta relação; Favorável, em Equilíbrio, e em Desequilíbrio.

PRINCÍPIOS DE JOGO

Oposição-Colaboração - - - -Ataque - - - - - Defesa
Favorável ao Ataque - - - Ataque Rápido - - - inf. numérica
- sair rápido - travar acção ofensiva
- manter avanço em tempo e espaço - protecção caminhos baliza
Equilibrada .- Ataque organizado - Defesa em Linha
- criar sup. numérica - marcar o portador da bola
- Mobilidade - criar sup. num. lado da bola
- criar insegurança
Favorável à Defesa -- Ataque Organizado -- Defesa c/ Sup. Numérica
- Conservar a bola e progredir - - -Recup. organizada da bola
- Criar Segurança
O SISTEMA DE JOGO
A Táctica colectiva está estreitamente ligada à noção de sistema de jogo; este é uma forma de organização dinâmica quer no ataque, quer na defesa, própria de cada equipa.
Será que o conteúdo é o mesmo?
A Organização de Jogo
É uma estrutura base em que ordenamos o sistema de jogo, com repartição de forças e distribuição de funções para cada posição.
Exemplo: Organização de jogo em 4 x 3 x 3, «a minha preferência».
  • Três linhas de força:
  • linha defensiva composta por 4 jogadores; (Zona de Segurança)
  • linha média composta por 3 jogadores; 1 na zona central á frente dos dois defesas centrais (Trinco), e mais 2, «volantes» interiores, 1 na esquerda e o outro na direita; (Zona de Segurança e Risco)
  • linha atacante com 3 jogadores, 1 na esquerda, 1 ao centro, e outro à direita. (Zona de Risco)
  • é esta a organização de jogo que vou «defender», muito embora o 4 x 4 x 2, fosse uma das alternativas! Mas quase sempre circunstanciais!
  • O Clube Desportivo de Torres Novas, após a saída do professor José Moniz, jogou em 4 x 3 x 3, pressionando logo á entrada da área do adversário; mas já tinha adquirido os princípios de jogo fundamentais, derivados do 3 x 5 x 2.
  • O 3 x 5 x 2 , foi também uma das organizações de jogo que trabalhámos! com sucesso em Viseu, Académico de Viseu ; bem como o 3 x 4 x 3, com José Vasques no Fátima.
  • Escusado será, fazer a descrição das linhas de força destas organizações de jogo! São óbvias.
  • Em Tomar, no União de Tomar, utilizei o 4 x 3 x 3, mais o 4 x 4 x 2, e, só com equipas como o Fátima e Sport Lisboa e Benfica, o 3 x 5 x 2, em jogos de carácter particular.
Utilizei no Clube Atlético Riachense as 4 organizações de jogo em 2 épocas, com preponderância para o 4 x 3 x 3;
Com sucesso, visto que os recursos dos jogadores permitiram essas aplicações, e também porque os dirigentes do clube «confiaram» na nossa competência!
Ficamos hoje por aqui; a próxima mensagem será mais descritiva na interpretação da leitura que vou fazendo ao livro de Erick Mombaerts,e não só.
  • Seria de um grande egoísmo e falta de ética deontológica e profissional não referir que, em situações críticas, pedi a opinião de José Moniz, e também a de José Vasques, que de pronto me auxiliaram no que podiam, embora à distância; «Trabalho de Equipa», meus senhores, Trabalho de Equipa!
  • PS: Quando o Professor josé Moniz saíu do Académico de Viseu, devia tê-lo acompanhado na saída, independentemente de todos os problemas pessoais que na altura eu tinha!; foi um erro grave.

domingo, 6 de abril de 2008

PÁGINAS «DESORDENADAS» DO MEU FUTBOL

1973, 1974, 1975 - Sport Quelimane e Benfica - Treinos em pavilhão; jogos em relva - Moçambique - Prioridade ao jogo - o prazer de jogar
Amador

1978/1979 - União de Tomar - Campo relvado -Método de Treino Tradicional - Prioridade a nível físico - Resistência - Força - Resistência
Treinadores: 1º, Barrigana, depois António Gama

1979/1980 - Sporting Clube da Covilhã - «Campo pelado» - Método de Treino Tradicional - Prioridade a nível físico - Resistência - Força - Resistência
Treinador : José Domingos

1984/1985 - União Desportiva de Leiria - Campo relvado - Vice -Campeão - Liguilla
Método de Treino Tradicional, com alguma «modernidade» - Prioridade a nível físico - Resistência - Força - Resistência (Treino em circuito) - Potência
Treinadores: Jerónimo e António Violante

1986/1987 - Caldas Sport Clube - Campo pelado -Campeão de Série
Método de Treino Tradicional - Prioridade a nível físico
Treinador: José Domingos


  • Faltam registos fotográficos do Grupo Desportivo de Peniche - campo pelado - (Treinador: José Pérides), União de Coimbra; - campo treinos pelado, «Arregaça», campos de jogos relvados: Municipal de Coimbra e Universitário - Treinadores: Rui Rodrigues, Raul Pinho, José Domingos e depois Francisco Andrade- (4º lugar), União de Santarém - campo pelado - Treinadores: 1º., Armando e depois Celestino Ruas, (todos na 2ª divisão nacional zona centro), e Atlético Alcanenense - campo pelado - (Treinador: Libânio) e Clube Desportivo de Torres Novas - campo pelado, e na época seguinte, relvado - (Equipa Técnica: Ernesto, José Fragata e João Real), na 3ª divisão nacional. Em todos estes últimos foi utilizado o método de treino tradicional, com Prioridade a nível físico, exceptuando quando José Moniz e seu adjunto José Vasques assumem o comando da equipa no Clube Desportivo de Torres Novas (1989/1990); Terminei aqui a carreira de jogador, tendo sido convidado por José Moniz a integrar a sua equipa técnica.

Começa verdadeiramente aqui, o meu curso de treinador de futebol, a minha «academia»!

terça-feira, 1 de abril de 2008

FORMAÇÃO DO jOGADOR DE FUTEBOL

UM MEIO PRIORITÁRIO DE FORMAÇÃO
O trabalho de Oposição - Cooperação
  • Exemplo: 2 x 2 + baliza
  • Que Princípios de Acções?
  1. Para o portador da bola;
  2. Para o companheiro do portador da bola;
  3. Para o defesa em acção defensiva (próximo do portador da bola);
  4. Para o companheiro na defesa.

Este Trabalho em oposição melhora simultâneamente as qualidades táctico-técnicas, as qualidades físicas, mas também as atitudes mentais ligadas à situação de treino.

Claro que este trabalho deve responder a expectativas ligadas a um projecto de jogo e a objectivos muito precisos.

Eleição de Objectivos

Exemplo: «recuperação imediata da bola»

  1. a relação de oposição - colaboração
  2. o tipo de oposição
  3. conselhos a dar aos jogadores
  4. a evolução do exercício
  • Os 3 momentos principais do jogo
  1. a posse da bola
  2. a posse da bola pelo adversário
  3. a recuperação da bola
  • PRINCÍPIOS DE JOGO

Ataque: conservação; progressão da bola e dos jogadores/ Defesa: oposição à progressão da bola e dos jogadores.

Ataque: Desequilibrio individual ou colectivo da defesa/Defesa: Recuperação da bola.

Ataque: Finalização ( marcar golo)/Defesa:Protecção da baliza

  • O jogo apresenta também as fases dinâmicas e as fases estáticas

Consideramos nas fases estáticas: os cantos, os livres directos e indirectos, o pontapé de saída, o pontapé de baliza, o lançamento de linha lateral, o penalty.

Devemos realçar que os livres directos e os cantos equivalem a 25%, 30% dos golos em todas as competições.

  • O nível de jogo de uma equipa é o resultado de uma perfeita eficácia nos 3 níveis de organização que descrevemos atrás. Cabe ao treinador determinar qual deve ser objecto de um trabalho prioritário.

A relação de oposição-colaboração

Em situação de jogo, cada problema de jogo resolve-se com maior ou menor rapidez consoante a relação oposição-colaboração.

Esta relação depende do número de jogadores, de momento em acção; exemplo: 3 contra 1 mais guarda redes, mas depende também do espaço e do tempo disponíveis para realizar este exercício. Assim, o treinador modelará a dificuldade ou a complexidade do mesmo.

Tipos de Oposição

Na objectividade do treino o treinador pode modelar o nível do treino em função do nível do jogo, por meio de uma oposição simplificada ou uma oposição real.

A oposição simplificada: neste tipo de oposição saímos da Realidade do jogo; o tempo de informação para o jogador é o mais importante; aqui a defesa utiliza sempre acções passsivas; a Graduação do treino pode ser «criando obstáculos perceptivos» e ou, «fazendo oposição sem intervenção». Embora seja difícil controlar o grau de intensidade do esxercício, este tipo de trabalho permite o desenvolvimento dos princípios organizadores da acção, num clima de auto-confiança crescente.

A Oposição Real: com oposição total é pedido ao jogador que disponibilize toda a sua dimensão, particularmente nos gastos energéticos (nível físico).

A atenção do treinador deve estar focada nos tempos activos e nos tempos de recuperação com os cuidados necessários, não esquecendo que o contexto psicológico é pressionante e assim deve introduzir alguma dose de «ludismo» neste tipo de tarefa ou exercício.

Sabemos que ambos os tipos de oposição se complementam já que permitem aceder ao conhecimento do jogo de oposição e de cooperação.

Ao treinador cabe utilizá-los no momento oportuno, de forma a que os jogadores consigam adquirir este conhecimento profundo do jogo.

O aconselhamento a dar aos jogadores: Antes de iniciar a tarefa ou o exercício, o treinador deve indicar qual ou quais os objectivos a atingir.

Exemplo: conservação da bola e progressão com oposição defensiva.

  • Convém também ser preciso e conciso nas instruções:
  1. Os princípios de acção (ofensivos-defensivos) relativos a este problema de jogo;
  2. O tipo de oposição escolhida;
  3. A reversabilidade da acção - é possível a transição ofensiva - defensiva? Quando e Como?
  4. O número de repetições do exercício ou tarefa;
  5. Os critérios de êxito (avaliação).

A Evolução da Tarefa ou do Exercício

  • Termina-se a tarefa ou o exercício quando:
  1. haja sucesso na acção, alcançando o objectivo pré-definido;
  2. pela intervenção do treinador, que explica de novo a tarefa ou o exercício se não se compreende o seu desenvolvimento;
  3. após várias tentativas dos jogadores se persiste nos erros colectivos e ou individuais Importantes;
  4. se apercebe da necessidade de informações suplementares.

Na realidade, em presença de êxitos ou fracasssos, o treinador deve compreender as razões de forma a que:

  • eleve o nível de dificuldade da tarefa ou do exercício aumentando as pressões aos atacantes ou aos defesas em função do espaço e do tempo;
  • haja um posicionamento mais favorável para os atacantes ou para os defesas;
  • haja uma relação de oposição-colaboração mais favorável para os atacantes ou para os defesas;
  • haja uma mudança do tipo de Oposição
  • Simplifique, utilizando o processso inverso.

É importante compreeender que as produções ofensivas e defensivas se condicionam mútuamente. A APRENDIZAGEM EFECTUA-SE NOS DOIS SENTIDOS, GRAÇAS AO DOMÍNIO DURADOURO DO JOGO INTENCIONAL PARA CHEGAR AO JOGO COLECTIVO NA SUA GLOBALIDADE.

RESUMINDO, pretendemos um Ensino do Futebol que tenha em conta a Oposição, e o treino dinâmico do Jogo, defendendo que o jogador se «constrói» progressivamente a partir do jogo e de situações-problemas.

Cabe ao treinador facilitar a aprendizagem por meio de uma dose subtil de dificuldade nas situações-problemas; nem demasiado fácil, nem demasiado difícil.